55% das empresas do setor automotivo de Piracicaba já adotam práticas ESG

Pesquisa realizada pelo Instituto da Qualidade Automotiva mostra as necessidades atuais de empresas e profissionais da cadeia automotiva que atuam na região de Piracicaba (SP)

 

Diversas empresas atuantes no segmento automotivo na região de Piracicaba (SP) reconhecem a importância das práticas voltadas para a sustentabilidade nos aspectos ambiental, social e de governança (conhecidas como ESG, na sigla em inglês) no contexto de seus negócios. É o que mostra uma pesquisa inédita conduzida pelo IQA – Instituto da Qualidade Automotiva, em colaboração com o Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas, de Material Elétrico, Eletrônico, Siderúrgicas e Fundições (Simespi), com o apoio da Prefeitura de Piracicaba e da Fundação Municipal de Ensino de Piracicaba (FUMEP).

Segundo o estudo, 55% das empresas da região já adotaram, em algum nível, medidas relacionadas à Agenda ESG. “Esse dado é um indicativo de que a conscientização sobre as tendências globais de sustentabilidade corporativa está ganhando espaço com as empresas compreendendo a relevância dessa abordagem para impulsionar o crescimento e o sucesso de seus negócios”, explica o superintendente do IQA, Alexandre Xavier.

O levantamento foi realizado com 35 instituições que integram a cadeia automotiva da região metropolitana de Piracicaba, abrangendo setores como montadoras, metalúrgicas, mecânicas, autopeças, fundições, serviços, máquinas agrícolas, materiais elétricos, entre outros. O objetivo foi analisar as necessidades atuais das organizações e profissionais. Dos entrevistados, 75,8% trabalham em empresas de médio porte, enquanto grandes e pequenas empresas correspondem a 12,1% cada.

De acordo com o presidente do Simespi, Erick Gomes,  Piracicaba é um centro crucial para a indústria automotiva, abrigando montadoras e fornecedores. O setor enfrenta desafios como as flutuações econômicas globais, escassez de insumos, pressões ambientais e regulatórias para adotar tecnologias sustentáveis, como veículos elétricos. “As empresas precisam adotar estratégias flexíveis, investir em pesquisa e desenvolvimento, fortalecer parcerias e colaborações, e buscar constantemente aprimoramentos na eficiência operacional para se manterem competitivas em um ambiente dinâmico e desafiador”, disse.

 

Inovação

Apesar do interesse na Agenda ESG, observou-se que 67% das empresas não estão atuando ou não sabem como desenvolver a inovação de forma sistemática em seus negócios; 25% das organizações que possuem estratégia ou cultura direcionada para inovação afirmam que a competitividade, melhoria organizacional, nos processos, produtos e novos mercados, foram os principais motivos para inovar. Entre os principais desafios no campo da inovação, destacam-se engenharia, automação e manufatura avançada.

Segundo o superintendente do IQA, a constatação revela uma carência das empresas nessa área, embora algumas iniciativas tenham sido identificadas em estágios iniciais. “Essas ações parecem ser pontuais, carecendo de uma abordagem mais robusta e do engajamento da liderança para garantir um processo sistematizado e efetivo de inovação. É preciso sensibilizar as organizações sobre o tema para que possam entender a importância da inovação para acompanhar a evolução da indústria”, acrescentou.

 

Qualificação

A pesquisa também identificou as principais dificuldades enfrentadas pelas empresas durante a pandemia da COVID-19. Cerca de 50% relataram problemas relacionados à mão de obra, incluindo afastamentos, qualificação e alta rotatividade de funcionários.  Além da escassez de profissionais capacitados, a ausência de matéria-prima foi mencionada por 32,1% das empresas, enquanto 17,9% apontaram outros desafios, como questões de juros, impactos da guerra na Europa e a falta de investimento.

Em relação a qualificação, mais de 30% acreditam ser essencial aprimorar conhecimentos em ferramentas da qualidade e competências técnicas básicas para produção industrial. Para o superintendente do IQA, os problemas identificados com a mão de obra evidenciam a urgência de implementar políticas que visem a renovação e qualificação dos trabalhadores locais.

“É crucial investir em programas e iniciativas que capacitem a mão de obra, preparando-a para os desafios atuais e futuros da indústria automotiva na região. A qualificação desses profissionais deve abranger competências técnicas fundamentais com foco na qualidade. Aprimorar essas capacidades certamente impulsionará o trabalho na indústria automotiva de Piracicaba”, comenta Alexandre Xavier.

Em parceria com o Simespi, o Instituto da Qualidade Automotiva tem apoiado empresas de Piracicaba e região com treinamentos, certificação, auditorias e ensaios com o objetivo de fortalecer cada vez mais a área da qualidade. Além disso, o IQA com a ElringKlinger do Brasil e com apoio do Sindicato dos Metalúrgicos de Piracicaba e Região, inauguram a primeira Escola de Manufatura e Qualidade no município. A iniciativa visa promover a capacitação profissional de jovens e adultos que residem na região para atuarem em fábricas e montadoras da indústria automotiva.

 

Escrito por
Imprensa IQA