A indústria da mobilidade é um dos pilares da economia brasileira, sendo responsável pela geração de empregos e impulsionamento da economia. Segundo a Anfavea o setor automotivo movimenta R$ 281 bilhões no país, o que representa 2,5% do PIB nacional, gerando cerca de 1,2 milhões de empregos diretos e indiretos por ano. No entanto, nos últimos anos, o mercado automotivo tem passado por transformações impulsionadas pela crescente demanda por soluções de mobilidade mais sustentáveis e eficientes.
O Brasil já possui uma matriz energética mais limpa, com destaque para o bioetanol, e tem grande potencial para a produção de energia renovável, como a solar e eólica. Por outro lado, ainda enfrenta o desafio da descarbonização para atender as exigências atuais em sustentabilidade, reduzir a pegada de carbono e contribuir para mitigar os impactos das mudanças climáticas. A adoção de medidas que reduzam as emissões de C02 pode contribuir para a geração de novas oportunidades de negócios e para o desenvolvimento econômico sustentável. Para isso, um dos caminhos fundamentais é estar alinhado aos objetivos de desenvolvimento sustentável da Agenda 2030.
Em um cenário de descarbonização há diversas rotas tecnológicas competindo por espaço a médio e longo prazo. Os biocombustíveis, como o bioetanol, são uma opção promissora. Produzidos a partir de biomassa, reduzem significativamente as emissões de gases de efeito estufa em comparação aos combustíveis fósseis e podem ser utilizados em motores de combustão interna convencionais ou em veículos híbridos.
Os veículos eletrificados oferecem uma solução de mobilidade mais sustentável, sem emissões de gases de efeito estufa durante a operação, sendo uma das principais rotas tecnológicas para descarbonização. Entretanto, a produção de baterias e células de combustível ainda é intensiva em energia e requer o uso de materiais escassos, levantando questões sobre a sustentabilidade a longo prazo dessas tecnologias. No Brasil, a eletrificação ainda enfrenta grandes desafios em relação à infraestrutura de qualidade, pela necessidade de novos regulamentos, normas técnicas, estrutura para avaliação de conformidade e vigilância de mercado.
Para buscar a competitividade e um futuro mais sustentável, as empresas devem investir em processos e produtos de alta qualidade por meio da implementação de sistemas de gestão de qualidade e estar atentas às tendências e regulamentos em relação à sustentabilidade. A qualidade tem um papel de grande relevância, pois processos de produção que seguem padrões rigorosos são mais eficientes e reduzem o desperdício de recursos naturais. Ao investir em práticas mais sustentáveis, as empresas garantem sua posição competitiva e contribuem para um futuro mais sustentável para todos, sendo que a sustentabilidade acaba por se tornar um importante diferencial competitivo.
A qualidade automotiva possui um leque gigantesco de possibilidades que podem ser implementadas nas empresas para contribuir com a redução dos impactos ambientais. Entre eles está a introdução de técnicas e metodologias que permitam implementar iniciativas focadas na eficiência energética e minimização das emissões de gases, além da exportação de novas tecnologias para elevar o nível tecnológico da indústria nacional.
Para apoiar indústria, comércio e serviços do setor automotivo brasileiro neste processo de transformação, o IQA, Instituto da Qualidade Automotiva, criou uma nova área, o IQA DS, sigla símbolo para Desenvolvimento Sustentável para Mobilidade, que será seu braço voltado a potencializar os resultados do segmento neste movimento de transformação sem volta que a sociedade brasileira tanto espera.
Claudio Moyses, presidente do IQA – Instituto da Qualidade Automotiva
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