• Iniciativa inédita na indústria brasileira de seguros, selo eleva padrão do mercado de oficinas de reparação, tornando-se um balizador para este segmento, já que atendem clientes da Zurich e de outras seguradoras.
• Em cerca de um ano, 55 estabelecimentos foram certificados e cerca de 100 estão em processo de certificação. Até dezembro, a expectativa é que 150 estejam contempladas pelo Selo.
• Até 2023, Zurich espera conceder o selo à mais da metade de sua rede referenciada, composta por pouco mais de 600 oficinas em todo o Brasil
Há cerca de um ano, a Seguradora Zurich iniciou uma parceria com o Instituto da Qualidade Automotiva (IQA) para revolucionar o mercado de oficinas de reparação, com a utilização da Certificação Selo Verde. A certificação é a única do gênero no país e reconhece as oficinas que aderem às melhores práticas sustentáveis nos serviços de reparos automotivos.
Para ser certificada, as oficinas precisam atender a uma lista de 60 itens estabelecidos pelo IQA, sendo classificadas em três categorias: Ouro (deve atingir pontuação acima de 90%), Prata (entre 75% e 90%) e Bronze (de 51% a 75%).
Atualmente, a Zurich conta com 55 estabelecimentos com a certificação, a maioria, 20, no estado de São Paulo. Em seguida vem Minas Gerais com 10; Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul (07); Distrito Federal (02); Goiás, Rio de Janeiro e Pernambuco (01 em cada). Do total, 18 na categoria Bronze, 28 Prata e 09 Ouro.
Sozinho, o setor de oficinas de reparação tem movimentado anualmente cerca de R$ 70 bilhões entre os mais de 121 mil estabelecimentos distribuídos em todo o país, segundo o Sindirepa Nacional, entidade que reúne os sindicatos do setor no território nacional. Contar com o selo pode ser um diferencial competitivo.
É o caso da oficina Estufa 4 Rodas, de São Bernardo do Campo (SP), certificada em 2021 na categoria Bronze. “Sempre tive uma preocupação com a qualidade dos serviços prestados, não apenas para os nossos clientes, mas para a sociedade e é impossível pensar nisto sem avaliar o impacto social e ambiental da minha atividade profissional”, conta seu proprietário, Efrem Azzoni, que acredita que o mercado de oficinas de reparação precisa de uma iniciativa como a Certificação Selo Verde. “Quem não se ater às questões ESG, ficará de fora”, complementa.
“Há cerca de 5 anos, fiz uma reforma que considerou questões como iluminação e uso adequado da água. Quando o processo de auditorias do IQA começou, constatei que muito já estava contemplado. O próximo passo é colocar painéis solares”, revela Efrem.
Outro estabelecimento, também de São Paulo, situado no bairro do Socorro, capital, a receber o Selo também no ano passado, mas na categoria Prata, foi a Oficina 400 Funilaria e Pintura. De acordo com seu sócio-proprietário, Celso Pacheco, a conquista mostra o norte que a empresa tem de seguir para atender às necessidades com o cuidado ao meio ambiente.
“É por estar antenada a elas que me engajei na obtenção do selo. Nosso processo de certificação se deu em apenas um mês e a única não conformidade foi a instalação da caixa separadora, a qual estava em fase de implantação na época”, comemora.
Os processos da Certificação Selo Verde
Fundado em 1995 e especializado no setor automotivo, o Instituto da Qualidade Automotiva (IQA) já contava com um processo de reconhecimento das melhores práticas das oficinas de reparação, acreditada pela Coordenação Geral de Acreditação do Inmetro. Mas quando iniciou parceria com a Zurich, em 2021, para aplicar a Certificação Selo Verde, aprimorou alguns parâmetros para avaliar as questões ESG desses estabelecimentos, a partir das demandas específicas da seguradora.
De acordo com o Gerente de Serviços Automotivos do IQA, Sérgio Fabiano, a certificação nada mais é do que uma organização de processo que, por isso, possibilita que as oficinas ganhem em eficiência ambiental, operacional e na qualidade dos serviços prestados.
“O processo analisa diversos aspectos, como os relacionados à utilização de insumos de baixo impacto ambiental, redução e destinação correta de resíduos sólidos e líquidos, economia e reutilização da água e redução no consumo de luz elétrica, assim como o bem-estar dos funcionários. Para se ter uma ideia, estimamos que, apenas com a melhora do uso da água e luz, as oficinas certificadas podem ter redução de cerca de R$ 6 mil por ano com essas despesas”, revela.
Sérgio explica o passo a passo: “Tudo começa com o diagnóstico remoto, ou pré-auditoria, quando um avaliador do IQA conhece a oficina e prepara um relatório, que funciona como um orientador. Em seguida vem a auditoria inicial, que pode ser presencial ou remota. Se a empresa for certificada recebe o selo com validade por dois anos – ocorre uma auditoria de acompanhamento, feita 12 meses depois da certificação inicial”, conclui.