Neste contexto de profundas inovações, a interação do setor – entre os diferentes elos envolvidos em todo o processo, do desenvolvimento à manutenção do veículo – precisa ser fortalecida para que haja troca de experiência e velocidade de informação. Do contrário, os riscos da não integração são grandes, a começar por falta de transparência e perda de tempo na coleta de informações.
Outro grande impacto é a tomada de caminhos divergentes, que provavelmente devem se chocar em algum momento e exigir grandes retrabalhos. Como a execução de tarefas se mostra cada vez mais veloz em toda a cadeia, trilhar um caminho que seja errado poderá exigir enorme tempo para a sua correção, o que deve gerar atrasos na evolução exigida pelo mercado.
O aftermarket também deve acompanhar as tendências. Com o avanço das inovações tecnológicas e o entendimento da mobilidade como serviço, a reparação dos veículos precisará oferecer um novo patamar de atendimento, uma vez que o carro passará a ter maior frequência de uso, o que deve ter reflexos no tempo de garantia e maior demanda na velocidade de manutenção.
É essencial um entendimento comum sobre as demandas de inovação para tomadas de decisão mais assertivas, afinal as organizações devem colocar no radar de investimentos para os próximos anos altos aportes em inovação, tanto de produtos, quanto de processos de fabricação. Esse movimento envolverá uma gama de empresas que não estarão restritas às tradicionais da cadeia automotiva.
Uma das rotas para o fortalecimento dessa sinergia é a frequente realização de fóruns de debates, como o Fórum IQA da Qualidade Automotiva, para que todas as partes estejam presentes e tenham oportunidades de discutir, opinar e apresentar as suas teorias. Este é um importante caminho para que todos tenham um entendimento comum na mesma velocidade, assim como uma mesma dedicação para a execução dos trabalhos.
*Ingo Pelikan é presidente do Instituto da Qualidade Automotiva (IQA)