Este é o potencial para a área de serviços, que terá o desafio de acompanhar a tendência de crescimento do nosso mercado. Hoje existem cerca de 6 mil concessionárias e 90 mil oficinas de reparação no Brasil, fora distribuição de peças e varejo. Para se ter uma ideia, só o Estado de São Paulo abriga aproximadamente 25 mil lojas de peças.
Assim como as montadoras e autopeças investem em inovação, as oficinas terão de fazer o mesmo porque os veículos cada vez mais apresentam incremento tecnológico, o que requer investimento tecnológico e qualificação técnica, além de maior preocupação com o meio ambiente porque exigências ambientais também aumentam sensivelmente.
É preciso fazer um trabalho de preparação não somente para o segmento, mas para o mercado. Existem os programas Carro 100%, Caminhão 100% e Moto 100%, que o IQA – Instituto da Qualidade Automotiva participa para divulgar a importância da manutenção preventiva e da inspeção técnica veicular. São iniciativas importantes para o País como um todo porque segurança significa menos acidentes, mortes, trânsitos entre outros.
Para os gestores das oficinas, o Instituto também oferece certificações e avaliações de serviços automotivos, treinamentos técnicos e publicações, além de certificações e homologações de produtos, fundamentais para que todos trabalhem com o melhor produto no mercado. Tais ações não são compulsórias para a área de reparação, mas precisam do interesse do gestor para serem colocadas em prática.
Certamente quem não se atualiza perde mercado. Por um lado, há o avanço tecnológico do produto, que fica cada vez mais complexo e conectado. Por outro, a maior exigência do consumidor, que busca o melhor serviço com a maior rapidez possível. Isto deve estar muito claro porque conquistar um cliente é um custo, reconquistar é outro muito maior. O gestor começa a ser encurralado pelos dois lados.
É fato que o segmento está preocupado e vem se atualizando, mas muitas vezes a velocidade não é adequada à efetiva demanda do mercado em razão da necessidade de investimentos, que acabam sendo contidos em momentos difíceis como este. Assim, cabe aos gestores encontrarem o equilíbrio necessário para que a iniciativa não signifique um passo maior que a perna e a cautela não represente estagnação.
* Ingo Pelikan é presidente do IQA – Instituto da Qualidade Automotiva